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Em função das informações equivocadas que vêm sendo veiculadas pela imprensa com relação à proibição da Cirurgia do Diabetes, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) esclarece que o procedimento médico é legalizado no País e segue as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) na resolução sobre a aplicação das técnicas cirúrgicas para o tratamento da obesidade.

É importante ressaltar que a proibição refere-se exclusivamente à técnica utilizada pelo Dr. Áureo Ludovico de Paula, que se auto-intitula como criador da Cirurgia do Diabetes. O procedimento realizado pelo médico não foi incluído na resolução do CFM e está proibido de ser aplicado em pacientes, por ser considerada ainda experimental. Portanto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica esclarece que apenas a técnica "Interposição Ileal", que era realizada pelo Dr. Áureo Ludovico de Paula, está proibida de ser executada.

Segundo o CFM, a cirurgia do diabetes pode ser indicada no tratamento de pacientes diabéticos tipo 2, com IMC (Índice de Massa Corpórea - peso dividido pela altura ao quadrado ) acima de 35. Ainda está em estudo pelo CFM a liberação do procedimento para pacientes com IMC entre 30 e 35. Para pacientes com o IMC abaixo de 30 a cirurgia ainda não é indicada, porém o Brasil desponta como o país que mais investe em estudos para adaptar o método que irá beneficiar pacientes não obesos.

Atualmente, o Brasil figura na vanguarda do conhecimento sobre o procedimento que vem sendo denominado mundialmente como Cirurgia do Diabetes. Enquanto vários países ainda estão na fase de desenvolvimento de protocolos científicos, os cirurgiões brasileiros já vêm realizando o procedimento para tratar a doença em obesos com IMC acima de 35, conforme regulamentação do CFM, há pelo menos 3 anos. O País conta atualmente com mais de 20 estudos em andamento sobre a eficácia da cirurgia no controle do diabetes tipo 2, com resultados preliminares bastante promissores.

Três tipos de cirurgia se mostram eficientes no controle do diabetes e seguem as normas estabelecidas pelo CFM: o by-pass gastrojejunal e as derivações bilio-pancreáticas (scopinaro e "duodenal switch"). As três técnicas criam um atalho para o alimento, que é desviado do duodeno e chega antes à parte final do intestino. Esse desvio altera a secreção de alguns hormônios intestinais, como o GLP-1, cujo aumento estimula a produção de insulina, resultando na melhora ou até mesmo no controle do diabetes tipo 2.

No final de 2009, a SBCBM divulgou seu posicionamento oficial sobre a eficácia da cirurgia bariátrica no controle do diabetes tipo 2. Baseado em evidências científicas, o documento foi assinado com as sociedades americana de diabetes e de cirurgia bariátrica e publicado na revista "American Journal of Surgery".

Dr. Thomas Szegö

Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Fonte Target