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Caia na Real
31/10/11, 17:49 | |
Escolha a marca: Gucci, Mercedes, Chanel, Ritz-Carlton
Hotel, Four Seasons. As principais grifes estão quebrando a cabeça para criar
uma ligação pessoal com seus consumidores. Mas como? A resposta está em
aprender a se conectar com os clientes, em tempo real. As pessoas querem as
coisas para já, não para amanhã, ou para o mês que vem. O lema agora é
"Atenda a essa demanda urgente ou corra o risco de ser passado para trás”.
Caia na real
Vários filmes, músicas e a própria MTV já falam no conceito
há tempos. "Cair na real”, desde os anos 90, é uma expressão utilizada por
jovens de todo o mundo, porém agora surge novamente e desta vez descreve
perfeitamente o que os consumidores da década atual querem. Impaciência e pouco
tempo. Todo mundo hoje está acostumado a ter o que quer, quando quer e onde
quer.
"O que” queremos. No mundo virtual, qualquer coisa pode ser
criada com exclusividade, de acordo com o pedido do cliente. O termo "bespoke”
em Inglês quer dizer "serviço personalizado” e é uma palavra mágica que está em
todo lugar. Hoje o consumidor é o Rei. E na internet, eles ajudam a criar o que
vão comprar: tênis Nike, papel de parede, bolsas, vestidos de noivas. A lista é
infinita...
"Quando” queremos. Antecipar somente parte da novidade está
totalmente fora de moda. Poucas empresas, incluindo a Apple, por exemplo, podem
se dar ao luxo de criar um "teaser” antes de lançar novos produtos. A geração
do Milênio, outrora chamada Geração Y, não gosta de esperar que produtos sejam
lançados. O mercado da moda é um bom exemplo disso. A previsão de especialistas
da área fashion é que os lançamentos de coleções de verão serão no próprio
verão. Consumidores querem informações instantâneas sobre os produtos, quando
se interessam por algum item na internet e na TV. A tecnologia "touchscreen”
proporciona isso. Com lançamento previsto para o final do ano, o site Imagine
Fashion, disponibilizará aos visitantes um dispositivo para compartilhar e
comprar o que está na tela. Ao clicar em roupas, acessórios, jóias e
cosméticos, aparece o custo e as imagens em 360˚.
"Onde” achamos. As compras online funcionam todos os dias da
semana. Entretanto, algumas marcas de luxo e lojas de rede ainda deixam a
desejar em termos de tecnologia de vendas pelo celular. Que tal trazer
mais produtos e serviços para os consumidores? A conveniência disso é enorme.
Caminhões de produtos alimentícios de luxo já estão alcançando novos mercados,
por uma fração do preço cobrado em restaurantes. Há tempos venho defendendo
esse conceito. Peixe fresco? Produtos Gourmet? Vinho? Por que não? Personal
trainers, massagistas, salões de beleza têm oferecido seus serviços a
domicílio. Não seria fabuloso se vários outros serviços fossem oferecidos?
Hotéis boutique vendem produtos de grife no spa, mas eles
poderiam vender muito mais. O que as pessoas fazem durante suas férias?
Compram. Alguns mercados são ainda inexplorados no mundo dos resorts e hotéis.
Um exemplo de boa prática é o Hotel London’s
Savoy Group, que está um passo à frente do mercado e oferece menus com
produtos exclusivos e luxuosos e que mudam a cada semestre. Hóspedes de vários
hotéis dispõem de itinerários de compras com temas como Moda Vintage, Estilo
Safari e Sapatos Fantasia. Bespoke
London traz os produtos personalizados diretamente para os hóspedes do
hotel. Pessoas bem relacionadas estão em alta
O tempo das celebridades acabou? A exposição é exagerada
hoje em dia?
O jornal New York Times, descrevendo reality shows, percebeu
a "morte do mistério” como uma definição para as celebridades instantâneas. A
onda agora é "ser bem relacionado”, prevê o jornal.
O sinal dos novos tempos está em todo lugar: modelos acima
do peso e pessoas com mais idade, aparecendo em comerciais de TV. E a
popularidade do YouTube, onde pessoas comuns fazem sucesso, deixando atores e
modelos famosos um tanto irrelevantes? As pessoas que podemos nos espelhar
agora têm muito mais credibilidade como porta-vozes de suas próprias
comunidades. Agora que os consumidores mergulham no marketing, prepare-se
para ver pessoas como eu e você: "amigos”, "fãs” e "seguidores” do Facebook e
Twitter, influenciando as decisões de compras. Consumidores estão recorrendo
aos "relacionamentos sociais” para descobrir e comprar novos produtos e
serviços. Um exemplo é o F-Commerce.
Comunidades, ferramentas, aplicativos para o Ipad e smart
phones estão sendo utilizados em massa pelos consumidores e fazendo com que
todos saibam o que nossos amigos estão consumindo. Sites de comércio eletrônico
como o Kaboodle, Fancy e Nuji
ajudam os usuários a encontrar novos produtos, de arte a esportivos, todos com
curadoria e aval dos amigos virtuais. No último outono, Gifts.com e Hunch
combinaram de criar um aplicativo chamado GiftFinder
app, que engenhosamente envolveu o Facebook em sugestões de presentes para os
amigos, de acordo com dados de cada perfil. Foram divulgadas vendas 60%
mais altas do que quando os usuários viam apenas recomendações simples. Em
breve, o site Motilo.com usará videoconferência para que os internautas comprem
com os amigos e criem "modelitos”, a partir de diferentes lojas online. No
mercado de viagens, o Gogobot, novo portal de reservas se baseia
em opiniões e críticas de sites de relacionamento, ao invés de pessoas desconhecidas.
Tendência de mercado em números
Os produtos da marca de roupas Juicy Couture cresceram 160%
em vendas pela internet, após instalarem ícones de compartilhamento pelas redes
sociais (Fonte: CreateTheGroup, Feveiro 2011).
A Incipio Technologies, uma loja de acessórios de
tecnologia, conseguiu aumentar suas vendas em 50%, com o sitema de indicação
via Facebook (Source: Business Insider, March 2011).
O site de compras coletivas Groupon
utilizou o sistema de indicação de amigos e colegas para impulsionar suas
vendas, acima de 40 milhões em negócios fechados, desde o lançamento em
Novembro/2008.
Produtos recomendados por membros da família (63%) e por
amigos (31%) são os mais confiáveis. Mas 81% dos consumidores dos EUA, por
exemplo, fazem uma pesquisa online, sendo que 55% deles acessam as críticas dos
usuários não conhecidos e 10% pedem indicação em sites de relacionamento. No
grupo entre 25-34 anos, isso sobe em 23%. (Fonte: Cone Inc, Junho 2010)
90% dos usuários confiam nas indicações de amigos do
Facebook. (Fonte: ExactTarget, Agosto 2010)
31% das pessoas que utilizam o Twitter perguntam aos seus
seguidores opiniões sobre produtos e serviços. (Fonte: Edison Research &
Arbitron Internet, Abril 2010)
Somos criaturas sociais, curiosos sobre o que nossos amigos
e contatos pensam, fazem, comem, lêem, dirigem, ouvem, viajam e finalmente
compram. Muitas vezes, queremos o mesmo que o outro tem.
By *Karen Weiner Escalera
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