Adolescência - Os Riscos do Início Precoce da Atividade Sexual
11/07/10, 19:24
Gravidez
A gravidez na adolescência tem causado muita preocupação.
Apesar do número de adolescentes grávidas ter caído nos últimos 10 anos segundo
pesquisas divulgadas pelo IBGE, ainda existem dúvidas quanto a educação sexual
para os adolescentes.
Sem a maturidade física
e emocional necessária para o enfrentamento das sérias consequências que
envolvem o advento de um filho, a vida dos jovens sofre mudanças bruscas que,
na maioria das vezes, foge de controle. Uma das mudanças é a queda na qualidade
de vida. Pesquisa realizada pelo ambulatório de Planejamento Familiar da
Unifesp apontou que as adolescentes grávidas têm menos oportunidades no mercado
de trabalho e acabam abandonando os estudos por conta do bebê.
Além disso,
existem os casos de adolescentes que, por causa da repressão familiar, fogem de
casa ou se entregam nas mãos de pessoas inescrupulosas, provocando abortos
criminosos que, inevitavelmente, produzem danos físicos e emocionais
dificilmente superados. O fato foi destacado recentemente na novela Passione,
da TV Globo. A personagem adolescente Fátima, vivida pela atriz Bianca Bin,
engravidou depois de uma aventura com o personagem Danilo, vivido pelo ator
Cauã Reymond. Ao praticar o aborto ilegal, em condições inapropriadas, Fátima
acaba entre a vida e a morte no leito de um hospital.
DSTs
E não é só a gravidez indesejada que
preocupa os pais dos adolescentes. Outro problema que merece atenção são
as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Muitas vezes o jovem inicia a
vida sexual sem ter a preocupação com a prevenção já que nessa fase da vida
temos a sensação de que nada ruim pode nos acontecer.
Dá-se então a necessidade de maior
diálogo entre pais e filhos e uma participação da escola nesse sentido.
Estudos apontam que o contexto
familiar tem uma relação direta com a época em que se inicia a atividade
sexual. Portanto, esse é um fator que deve ser ressaltado, pois, o afastamento
dos membros da família e a desestruturação familiar somam maior insegurança no
adolescente que, totalmente despreparado, dá vazão aos anseios sexuais
determinados pelos estímulos característicos da puberdade. Seja por
separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, alguns pais estão cada vez mais
afastados de seus filhos que, sem terem para quem dar satisfações de sua rotina
diária, só procuram os pais ou responsáveis quando o problema já se instalou. A
falha de comunicação entre pais e filhos dá ao adolescente uma liberdade sem
responsabilidade e é assim que muitos jovens iniciam suas vidas sexuais sem o
menor cuidado.
Mas porque é tão difícil
para os pais conversarem abertamente sobre sexualidade com seus filhos?
Conhecer essas dificuldades é primordial para que os pais as vençam,
estabelecendo maior intimidade e aproximação emocional com os adolescentes.
Todos os esforços nesse sentido são essenciais, pois, não se pode simplesmente
fechar os olhos para a realidade que se impõe em fatos.
Ouvir o adolescente com carinho e atenção; jamais demonstrar menosprezo por
suas preocupações, mesmo que pareçam pueris; observar seu comportamento, suas
amizades; ou seja, percorrer com ele o máximo possível essa fase tão turbulenta
da adolescência são medidas que podem além de evitar muito sofrimento no
futuro, ainda promover maior união e alegria familiar. O discurso moralista
quase sempre provoca enfado no adolescente, enquanto o diálogo afetuoso o
orienta, estimula e compromete.
Suely Buriasco - Educadora e Mediadora de Conflitos