O setor calçadista brasileiro registrou 17,8 mil novas
vagas nas indústrias no primeiro bimestre do ano. Com este desempenho, o
Brasil hoje abriga 337,8 mil pessoas dentro das suas fábricas de calçados. As
informações, divulgadas pela RAIS/Caged, foram comemoradas pelo presidente da
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton
Cardoso. "Este resultado é fantástico. Este é quarto mês consecutivo de
crescimento no número total de empregados sobre o mesmo mês do ano anterior,
demonstrando a primazia técnica do Decom ao diagnosticar o dumping e o dano à
indústria brasileira provocado pelas importações desleais”, ressalta o
dirigente. A medida de defesa contra práticas ilegais de comércio proteção ao
mercado interno vem sendo implantada des de setembro do ano passado, e no
início deste mês passou a ser definitiva e foi elevada para US$ 13,85.
Em janeiro, haviam sido admitidos 7,7 mil trabalhadores. No mês seguinte, o
número saltou para 10 mil, um crescimento de 29% sobre o mês anterior.
Na análise por região, conforme o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, o Sudeste foi o que mais contratou no bimestre, com 8,7 mil
novos postos. Em seguida foi a Região Sul, com 5,3 mil trabalhadores a mais,
enquanto o Nordeste registrou 3,8 mil.
A partir destes dados, o saldo estimado de emprego no setor calçadista, no
acumulado do ano, indica que o Sul é responsável por 37% de toda a
mão-de-obra empregada, com 125 mil postos de trabalho. Os nordestinos ficaram
em segundo lugar, com 120,4 mil trabalhadores diretos (35,6%). Os Estados do
Sudeste, por sua vez, são responsáveis por 26,3% do total empregado, com 89
mil trabalhadores.
São destas três regiões os Estados que mais empregaram no bimestre. O Rio
Grande do Sul registrou 109,8 mil trabalhadores, enquanto o Ceará
contabilizou 64,2 mil. São Paulo ficou com a terceira posição, com 51,3 mil
empregos e a Bahia com 37,6 mil.
Para o presidente da Abicalçados, estes números revelam que o setor poderá
atingir a contratação de cerca de 400 mil novos postos de trabalho, estimada
pelo setor no início do ano, caso a medida antidumping fosse adotada pelo
País.
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